quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Geni


Me disseram um dia que existia uma dicção feminina. Não sou mulher, sou gata. Dessas de rua, que num muro grita um miau qualquer. Como se tivesse um guizo, e dele pudesse voltar. Mas sou gata. E quero a rua.

A rua me vem como uma avenida. Dessas de postes robustos. Dizendo a ele, toda gata, a rua não é difícil, siga a linha dos postes em arvores. Sem acento ou acentuadas, apenas siga as linhas.

Mas sou gata, gosto das costas azunhadas. Gosto das linhas ditas, mas gata como sou, digo a ele, que me disse em segredo, como numa mensagem qualquer, bela como tu és, assim, nesse retrato, te comeria inteira.

Ele, gato, negro, daqueles de telhado de zinco, nem sabia, que ela, toda noite, antes da pele macia, quando passava pelo em dia, a noite, toda macia, era nele, que ela adentrava em dia.

Nem era dica, nem música, apenas uma rebordosa tardia, daquelas de unhas em gato, como se o corpo dele, fosse um teclado que temia.

Talvez isso fosse uma poesia, se lido como a gata escrevia. Mas a gata apenas atrevia, quem sabe um dia seria.

E assim foi dito, como os poetas de outrora, a festejar um dia, tardio como o mais maldito das rimas, eu, que soberba me fazia, narrador do outro, apenas dizia^^

Numa noite qualquer eu te pego em pelo, sem fala, sem desassossego. Não quero saber quem mãe te pariu, nem muito menos com quem dormiu, pego você na cama, você que sempre sorriu, com quem noites pariu, pego você como quem fica na cama, de quatro bandas em chamas, te dizendo, venha, vá, como fala um estrangeiro dos outros lados do mar.

E eu sei que dessa rima, do lado de cá, gata que eu sou, ocupada que estou, eu sou apenas, de todas elas de lá, a ... quem sabe, deixar o Whisky de lado, e beber leite gelado. Gata que sou...

Ps. E assim, vou saber se você ouve a canção que um dia pensei em dizer ....


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